3 de novembro de 2010

Raispartom as vacas!!!

Andava é cá fazendo pla vida, quando se me deparo com uma visão dos infernos. A vaca da vizinha, chamada Clotildi - meçeas já repararom que todas as vaca das histórias se chamom Clotildis? - béim, como é cá tava dzendo... A vaca da minha vizinha tava sentada debáxo duma anesprêra mugindo alto e em bom som, caté se ouvia no adro da igrêja, lá no povo! Aliás, até era lá qué cá tava. Tava trabalhando!! Quer-se dizéri, trabalhando, trabalhando, é cá na tava. Mas já tinha trabalhado béim nesse dia. Quer-se dizéri, nessa manhã! Isso taméimm na intressa pra nada, agora!! O que intressa é que aquela vaca dum cabrãum tava fazendo uma barulhêra dos diabos e na dêxáva ninguéim drumiri descansado. Até o raio dos passarinhus cantavam e voavam que era uma côisa dôida, os carros lá na estrada de alcatrãum, fugiom dum lado pró ôtro fêtos parvos. Só porque o raça da vaca da minha vizinha pôs na lembradura que havia de tar mugindo a umas horas daquelas. É que já era quase mê-dia.
Fui a véri o que se passava ca cabra da vaca do minha vizinha. A Clotildi, tá-se mémo a véri! Fui a véri e na é que aquela vaca se tinha assentado mesmo, mesmo, mas mesmo, mesmo em cima dum montinho danespras qué cá tinha lá dêxado pós passarinhos!! Pôs tá claro que as anespras com 15 dias de tárem no mê do chão, já tavom más que pôdres, chêas de bixeza. Então pôs a pobre da vaca da minha vizinha, a Clotildi (não a vizinha, mas a vaca), tava com bretoêja pla regatêra acima, pôs claro. As larvas que tavom cumendo as anespras dentro do cú da vaca, já mais pareciom lombrigas. Tive deu andar lavando o cú da vaca com o bendito do sabão macaco, a ver se a vaca parava de mugiri, prá gente pudéri ir drumiri um bocadito.

Vocemesseas digam se gostom ou não, qué cá quando me cairi uma beletra nos cornos, é cá alevantu-me de debaixo do chaparro e venhu léri. Óbrigaditu

Tertúlia Cor-de-Burro-a-Fugir